domingo, 4 de novembro de 2007

Viela


Quando acordo, quero dormir
Quero acordar, preciso parir

Quando durmo, inquietação
Luz, noite, criação

Insisto, até que não foi difícil alcançar
Reclamo, não canso de discursar

O relógio marca, tatua
Eu entro na sua

Costas pesadas, fadiga
Agora a leveza me intriga

Verdade, opinião, punhal
Calamidade, imposição, Sonrisal

Tristeza, pedra pura
Alegria, jogo de cintura

Um comentário:

Atosi disse...

Esse poema "regúrgito" é bom, mas os dois últimos versos são simplesmente o bicho. Não quero nem saber, vou me apropriar deles.
Como já disse (e pensei mil vezes), os tais dons que você admira e sobre os quais tanto fala não são apenas alheios. Só lhe falta um mínimo de paciência artesã.
Morro de inveja desses seus dons que, por virem numa bandeja aparentemente sem peso, você faz questão de ignorar.