domingo, 3 de julho de 2011

A quem frequenta, ironicamente: Desculpa!

Tenho observado, não é de hoje, o quanto as pessoas se apropriam, inadvertidamente ou de caso pensado, do verbete "Desculpa".
Tudo agora é passível de "Desculpa", como se a simples menção fizesse milagres e revertesse toda e qualquer situação.
É a legitimação do ERRO! A falta de compromisso ampla, geral e irrestrita!
Uma palavra que deveria ser utilizada raramente, com parcimônia e em momentos cruciais, virou "carne de vaca". Uma banalização total.
Trata-se do apoio dos incompetentes que acham que resolvem as coisas quando pronunciam um singelo "Desculpa".
Tão automático, tão robótico, que desconfio da honestidade desses pedidos a granel.
Na História, qualquer cidadão morria de vergonha de ter que pedir "Desculpa". Era algo pensado, refletido, duro e que redimia pra valer o autor.
Atitude de quem era digno... e que provocava, a partir dessa ação, uma reação igualmente digna: o saber perdoar.
Era assim porque havia comprometimento de quem realizava o pedido. Para chegar nesse estágio, o "pedinte" remoía, checava e rechecava os argumentos, misturava o lado racional com uma pitada do lado emocional, reunia coragem e solenemente marcava a "audiência" com o interlocutor. Superando a vergonha de ter que chegar nesse estágio.
Será que os pais ainda "obrigam" os filhos a se desculparem sempre que necessário?! Não creio... Reparem nos restaurantes, nas festinhas, nas pizzarias...
Dá trabalho utilizar corretamente a "Desculpa". E obriga o sujeito a uma introspecção, uma viagem, um mergulho rumo às próprias entranhas.
DESAFIO
O que ocorreria com esses que não têm vergonha na cara e optam claramente pela Lei do menor esforço, da preguiça, do "dar de ombros" se retirássemos do dicionário o verbete "Desculpa"?! Ou limitássemos a uma quantidade sensata o ato de abrir a boca para pedir mais uma vez... "Desculpa"?!
O que torna este texto verossímil é a repetição desse som pelos mesmos motivos, dia sim, outro também.
A INvolução, o deserto de vontade de aprimorar, de se mexer para erradicar certos equívocos... ou torná-los cada vez mais raros.
Notem que não tem nada a ver com alguma obsessão pela PERFEIÇÃO, mas com o combate à leniência que assola o indivíduo. A complacência com a "Desculpa", que de tanto uso, já ultrapassou o estágio de "esfarrapada".
As pessoas não estão nem aí.
* O título é em respeito a quem frequenta esse Blog: "Desculpa" a ausência!
P.S.: Em breve(espero) escreverei sobre o: "Esqueci"!

Um comentário:

Fabiana disse...

Está desculpado!!