domingo, 10 de julho de 2011

As Doze Badaladas de Mr. Woody Allen

"Meia-Noite em Paris" é sensível, nostálgico, emocionante... E como se não bastasse, causa inquietação e nos empurra para um emaranhado de reflexões.
Uma "Cinderela" filosófica, que remete ao autoconhecimento. E às avessas: meia-noite é a hora de curtir o que aparentemente a vida tem de melhor, seja em que época for.
A partir de um acontecimento surreal e lúdico, o filme nos mergulha em um sonho acordado, um desejo sobre como seria se voltássemos no tempo, mas não somente evocando aquelas engenhocas e engenhosas máquinas do tempo.
Imagine você, desgostoso da sua realidade, num passe de mágica voltar a uma época que tem tudo a ver contigo, com o que você gostaria que fosse o seu mundo presente, e ainda por cima sendo valorizado pra valer, compreendido, sentindo-se "em casa"... FELICIDADE PLENA!
Já pensei nisso e já quis isso. E vale trazer a esta cena um outro filme que agradavelmente transporta-nos para algo que todos algum dia desejaram e depois nos afunda e nos põe frente a frente com a obrigatória e difícil missão de conviver com as coisas do jeitinho que elas são e estão: "Feitiço do Tempo".
Estalo
A insatisfação é, em determinadas doses, um círculo vicioso, o cachorro mordendo o rabo...
Não há magia, o negócio duro mesmo é ser feliz cuidando de aprimorar o que é tudo isso a nossa volta. De fato e de direito. Caso contrário, a frustração assumirá o comando... Diuturnamente!
Já disse e já escrevi isso(lembrando Milton Nascimento): ..."por que não fui eu que fiz"...
Isso realmente me incomoda!
Permita-me Woody Allen, como diz a minha amada Fabiana: "Estar presente no momento presente"! Esse é o grande mistério.
* Sonhe com moderação; (Ou certifique-se de que as pessoas importantes pra você estão sonhando a mesma coisa)
** Imagine à vontade!
PS: Lembrando: não esqueci de escrever o texto sobre "Esquecimento".

2 comentários:

Fabiana disse...

Algum filósofo disse que nunca somos tão felizes ou tão infelizes quanto imaginamos...

Rodrigo Ziviani disse...

Vi o filme, gostei, mas acho "Match Point" a obra-prima de Allen. De qualquer forma, me fez lembrar de uma frase de "Vanilla Sky" (eta, salada!), mais ou menos assim: "todo minuto eh uma chance de mudarmos tudo para sempre".
Grande abraco, Joao. E me desculpe a falta de acentos, eh esse bendito teclado do trabalho...