
Há uma confusão no ar entre educação e aplauso... Entre Arte, com A maiúsculo e o artista poder tudo (a gente é que não entendeu a proposta...)
Os sujeitos batem palma pra todos. E assobiam... E urram feito bárbaros...
Qual o critério? Porque se agem assim com espetáculos horroríveis, como devem se comportar quando presenciarem um Espetáculo com E maiúsculo?!
Fomos recentemente a 3 apresentações recomendadíssimas pelos entendidos: 1) um francês medonho no Sesc Anchieta (era para ser dança, mas foi mímica e da época em que a Denise Stoklos estava no pré-primário); 2) uma cia. americana no Sesc Paulista (mesmo sendo uma volta aos anos 70, em 70 já era enfadonho, manjadíssimo, o que vimos agora)... E a turba excitadíssima/Pão & Circo! *Pagando ingresso, estacionamento e aquele cafezinho de pernas cruzadas para manter a pose! Ah, mais o folheto contendo o programa (ou seria a explicação?!) debaixo do braço.
Hoje, a redenção, AMÉM! Minha esposa, bailarina desconstruída, levou-me para o novo SHOW da Quasar, "Por Instantes de Felicidade"... SHOW é pouco. Obra soberba, pura, singela, criativa. Densa, leve, tocante. Divertida, engraçada, perfeita e ímpar. Eu, que danço como o Jerry Lewis, tive vontade de invertebrar os meus ossos.
Os que tudo entendem e ufanam e nada compreendem, mas debatem, ficariam com as mãos em carne-viva neste domingo. A arte ficou fácil... Mas a velha e boa Arte, ufa, ainda existe!
#Aproveito para elencar algumas recentes unanimidades odiosamente elogiadas que indiscutivelmente são uma grande e mal-cheirosa M:
Filme: Caché;
Dança: os 2 citados no texto;
Teatro: A Pedra do Reino;
Lazer: StarBucks.